Opinião
O conflito entre Israel e Palestina
Lênin Landgraf
Mestre em História
Na manhã deste sábado (7) o Hamas afirmou que havia lançado cerca de cinco mil foguetes em direção a Israel, atingindo diversas cidades, inclusive Tel Aviv. Para se ter noção, no último grande conflito entre Israel e Palestina - na Faixa de Gaza - ocorrido em 2014, o número total de foguetes lançados foi de quatro mil ao longo de 50 dias. Além disso, integrantes do Hamas invadiram o território israelense, por mar, terra e ar. O serviço de inteligência israelense não conseguiu detectar o ataque. Até o momento os números conhecidos dão conta de centenas de vítimas do lado israelenses e de igual forma do lado palestino após a resposta de Israel. O governo brasileiro emitiu nota ainda durante a manhã condenando os ataques e defendendo o diálogo.
Os ataques são inéditos na permanente tensão existente na fronteira. A preocupação, claro, é com as vidas dos civis que estão em risco em ambos os lados. É preciso entender também que a resposta israelense pode mudar completamente a tônica existente na região, inclusive com uma possível intervenção militar permanente no que é hoje território palestino. Infelizmente os ataques terroristas trarão - ao que parece - uma resposta desproporcional contra toda população palestina.
O Hamas que significa "entusiasmo" ou "fervor" é o responsável pelos ataques de hoje. Trata-se de um conhecido grupo terrorista, condenado principalmente por Estados Unidos e União Europeia. Por outro lado, afirmam lutar pela união da Palestina pois, segundo eles, trata-se de uma terra islâmica. São, fundamentalmente, um grupo baseado no Corão surgido após uma revolta popular iniciada em 8 de dezembro de 1987, conhecida como Primeira Intifada. O conflito só teve fim em 1993, após a assinatura de um cessar-fogo na Espanha e Noruega, acordo esse que não foi reconhecido pelo grupo recém surgido.
A origem do conflito - contemporâneo - entre Israel e Palestina data de 1948, com a criação do Estado de Israel - em território ocupado por palestinos - e consequentemente a Primeira Guerra Árabe-Israelense. Com o fim da guerra foram estabelecidas as fronteiras do que chama-se de Faixa de Gaza, que ao longo do tempo foi encolhendo com as sucessivas anexações realizadas por Israel. Atualmente estima-se possuir uma área de 365 km², cerca de dois milhões de habitantes e um PIB de mais de um bilhão de dólares.
Após a consolidação do Estado de Israel os conflitos tornaram-se rotina na região, com ampla maioria dos palestinos e inclusive Estados vizinhos não reconhecendo Israel e seu território. Ao longo destes 75 anos diversos foram os conflitos, muitas vezes com curta duração, mas que acentuaram a relação de inimigos estabelecida.
O conflito realmente possui várias camadas e é preciso entender todo um contexto histórico e cultural que, neste caso, são extremamente específicos. Uma solução ideal para ambos os lados parece distante e, quem mais sofre, são os civis que convivem com a permanente tensão. Após sete décadas é inaceitável que uma solução final não tenha sido encontrada e que toda situação seja relativizada ou amenizada.
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